Em 2025, o Brasil alcançou um volume recorde de gastos, ultrapassando os R$ 4,5 trilhões em despesas primárias. Cada real arrecadado pelo Impostômetro se direciona para múltiplos braços do setor público, mas você sabe em quais áreas seu dinheiro realmente desaparece? Nesta análise, vamos destrinchar os principais componentes das despesas, compreender o abismo entre arrecadação e gastos e descobrir como cidadãos podem influenciar políticas para um futuro mais equilibrado.
Acompanhar esses dados em tempo real tornou-se possível com a plataforma Gasto Brasil, desenvolvida pela CACB e ACSP. Ao entendermos o ritmo acelerado do gasto público, somos convidados não só a refletir, mas também a agir coletivamente.
Entre as dezenas de itens que formam o orçamento federal, onze categorias concentram quase 96% de todo recurso. Dois titãs se destacam:
Previdência Social como prioridade absoluta, absorvendo R$ 1,2 trilhão em 2025.
Logo em seguida, as Despesas com Pessoal e Encargos Sociais somam uma fatia expressiva, configurando juntos cerca de 60% do total.
Para ilustrar a velocidade do gasto nos últimos anos, vale conferir como o país atingiu marcos históricos em menos tempo:
Enquanto o ritmo de gastos avança em R$ 100 bilhões por mês, a arrecadação não acompanha. Até setembro, o déficit primário de 2025 acumulou R$ 99,9 bilhões. Essa lacuna força o governo a buscar financiamento, elevando a dívida pública a 78,1% do PIB.
O resultado é uma pressão tributária crescente para suprir o desequilíbrio, gerando um círculo vicioso:
O reflexo desse cenário atinge diretamente o bolso das famílias. Pesquisa da Serasa revela que 49% gastaram mais no primeiro semestre de 2025 em comparação a 2024. Quase metade não revisita suas metas financeiras ao longo do ano, o que agrava a situação diante de obstáculos como a alta do custo de vida e dívidas emergenciais.
Entre as metas mais comuns estavam:
Contudo, custos médicos, dívidas anteriores e despesas imprevistas comprometeram o planejamento de 61% dos brasileiros, gerando ansiedade e insegurança para o futuro.
Mais do que apenas observar, é possível participar ativamente da discussão sobre o uso dos recursos públicos:
Toda voz conta para pressionar gestores a adotar práticas mais responsáveis e eficientes.
Entre vozes que alertam para a complexidade do desafio fiscal, Marcus Pestana (IFI) define o desequilíbrio como "insustentável" a médio prazo. Para ele, é urgente um novo pacto fiscal entre entes federativos que promova a equidade e a responsabilidade no uso do recurso público.
Anderson Trautman (CACB) enfatiza a necessidade de reforma administrativa que torne a máquina pública mais enxuta e eficaz. Já Ulisses Ruiz de Gamboa (ACSP) adverte para o risco de inflação persistente e juros elevados, aconselhando ajuste no ritmo de gastos para evitar uma crise de solvência.
Cláudio Queiroz, idealizador do Gasto Brasil, prevê novo recorde de gastos até o fim do ano e alerta o próximo governo a agir rapidamente, implementando cortes e aprimorando a gestão de despesas.
No fim das contas, compreender o destino de cada real público nos permite exercer a cidadania de forma plena e exigir maior transparência e eficiência na administração. Mais do que números e gráficos, esses dados representam o futuro de milhares de brasileiros que dependem de políticas sólidas para ter acesso a serviços essenciais.
Este é o momento de transformar conhecimento em ação. Acompanhe, cobre, participe e ajude a construir um país onde o gasto público esteja verdadeiramente a serviço de todos.
Referências